Fonte: 18/10/2016 (foto: Novojornal.jor.br/ Reprodução Internet)
Segundo a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), estima-se que aproximadamente 22% da população brasileira tenha intolerância à lactose. Então, por que tantas pessoas ainda se apavoram e excluem os lácteos da dieta de forma desnecessária?
» Uma reação alérgica é sempre mediada pelo sistema imunológico. Os casos de alergias alimentares são quase sempre mediados pela imunoglobina da classe E (IgE), relacionada às proteínas, que por sua vez podem ser de origem animal (caso de alergia ao ovo, por exemplo) ou origem vegetal (alergia ao amendoim ou trigo, por exemplo) e podem causar manifestações cutâneas ou digestivas.
» As reações de intolerância estão quase sempre relacionadas à não assimilação de um carboidrato pelo organismo. As pessoas que têm intolerância à lactose apresentam uma deficiência (que pode ser total ou parcial) da enzima lactase, que atua na digestão da lactose.
» Não existe alergia à lactose. A lactose é o açúcar do leite, um carboidrato (dissacarídeo) composto por glicose e galactose, e que fornece energia ao corpo. Considerando que são as proteínas as responsáveis por desencadear respostas imunológicas, a lactose não está, portanto, relacionada a nenhum processo alérgico,
apenas à intolerância.
» Inchaço e dor abdominal nem sempre significam intolerância à lactose. Os sintomas mais comuns são inchaço associado ao desconforto ou dor abdominal (cólicas) e diarreia, que pode se manifestar de forma leve e até mesmo de forma grave. Importante destacar que em qualquer processo digestivo um inchaço leve é normal e faz parte do processo, uma vez que há aumento do volume do estômago pela própria presença do alimento e também produção de gases decorrentes de fermentação de alguns nutrientes pela microbiota intestinal.
» Europeus e africanos têm maior tolerância à lactose. Uma equipe de geneticistas da Universidade de Maryland, EUA, estudou uma nova abordagem em que a tolerância à lactose pode ser vista como uma evolução genética da espécie humana, observada em povos europeus e recentemente identificada também nos africanos. Acredita-se que a permanência do gene da lactase ativo seria uma evolução da espécie, uma vez que houve a necessidade de manter a lactase ativa para digerir o leite, alimento que começou a ser ingerido pelo homem em todas as fases de
sua vida após o advento da pecuária, há aproximadamente nove mil anos.
OSSOS FORTES E BEM NUTRIDOS
Esta semana tem campanha de conscientização contra a osteoporose. Estimativas apontam que 10 milhões de brasileiros sofram da doença, que atinge a estrutura óssea. A maior vítima é a mulher e uma a cada três, com idade acima de 50 anos, entra para a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Segundo o fisioterapeuta Rogério Celso Ferreira, da Fisior Hidroterapia, em Belo Horizonte, a osteoporose é doença óssea sistêmica que se caracteriza por uma diminuição da densidade mineral, pela alteração da microarquitetura e da resistência óssea, o que causa mais fragilidade aos ossos e, consequentemente, mais chances de fraturas. “Setenta e cinco por cento das pessoas com a doença só a descobrem após sofrer alguma fratura. No país, são contabilizados 2,4 milhões de fraturas e, como consequência, 200 mil mortes. Os ossos mais afetados são fêmur, coluna vertebral, ombros e punhos. Outro dado grave é que uma em cada quatro fraturas recebe o tratamento adequado”, alerta o fisioterapeuta. Para prevenir a doença é importante ter alimentação rica em minerais, exposição ao sol durante 15 a 20 minutos para a liberação da vitamina D no organismo e praticar atividade física. Quando se tem a osteoporose, o ideal é realizar atividades que promovam uma melhora no equilíbrio, força muscular e condicionamento físico, para que sejam evitadas fraturas.
DOENÇA CELÍACA
A doença celíaca – que impede a pessoa de consumir alimentos com glúten, como produtos com trigo, aveia, cevada – tem sido diagnosticada nas mulheres na proporção de duas para cada homem. Embora os sintomas intestinais ainda sejam os principais alertas para o diagnóstico da doença no Brasil, muitos outros sintomas não clássicos podem se manifestar e tornam a descoberta da doença complexa. Por isso, é importante estar atenta a alguns alertas enviados pelo corpo feminino, como distúrbios no ciclo menstrual, osteoporose e até mesmo infertilidade. Além de mais propensas a desenvolver a doença, as mulheres também costumam procurar um diagnóstico para seus problemas de saúde antes que os homens. Um motivo a mais para o número de diagnósticos ser maior no público feminino. O mesmo ocorre com a síndrome do intestino irritável. A incidência em mulheres é de uma vez e meia até três vezes maior do que
nos homens. Internacionalmente, estima-se que 14% das mulheres e 8,9% dos homens apresentam a síndrome do intestino irritável.