Fonte: 52 EASD Annual Meeting 2016.
Autores:
B. Zinman, B. Bode, J.U. Hemmingson3, V. Woo4, P. Colman5, E. Christiansen6, M. Linder6, C. Mathieu; Medicina, Hospital Mt Sinai, Toronto, Canadá, 2Atlanta Diabetes Associates, EUA, 3Capio St Goran’s Hospital e Karolinska Institute, Estocolmo, Suécia, 4Health Sciences Centre Winnipeg, Canadá, 5Royal Melbourne Hospital, Melbourne, Austrália, 6Novo Nordisk A/S, Bagsvmrd, Dinamarca, 7Katholieke Universiteit, Leuven, Belgium.
Antecedentes e Objetivos:
Investigar se o tratamento adjuvante com liraglutida, um análogo do GLP-1, melhora o controle glicêmico e reduz as necessidades de insulina e o peso corporal em pacientes com Diabetes Tipo 1 (DM1).
Materiais e Métodos:
Ensaio multinacional, duplo-cego, de 52 semanas, treat-to-target, realizado em adultos com DM1 com controle sub-óptimo da glicemia (HbAlc 7-10%). Os indivíduos (n=1398) foram randomizados numa proporção de 3: 1 para receber injeções subcutâneas uma vez por dia de liraglutida (1,8 mg, 1,2 mg ou 0,6 mg) ou placebo como adjuvante da insulina.
Endpoints primários: alteração da HbA1c, peso corporal em jejum, dose total de insulina.
Endpoint secundário: episódios hipoglicêmicos sintomáticos.
Resultados:
No início do estudo, a idade média foi de de 44 anos, duração do DM1 de 21 anos, HbA1c 8,2% e peso corporal 86,2 kg. 52% de mulheres, 28% em tratamento com Insulina Subcutânea Contínua (CSII), 7% apresentaram hipoglicemia grave no último ano, 6% apresentaram hipoglicemia sem sintomas e 17% tiveram peptídeo-c em jejum >0,03 nmol/L. HbA1c foi reduzida em 0,34- 0,54% em todos os grupos na semana 52.
Apesar do desenho treat-to-target, as reduções na HbA1c foram significativamente maiores para liraglutida 1,8 mg e 1,2 mg comparati-vamente com placebo (diferenças de tratamento estimadas (ETD) IC 95%= 1,8 mg: -0,20 % (-0,32; -0,07), 1,2 mg: – 0,15% (-0,27; -0,03), 0,6 mg: -0,09% (-0,21; 0,03)). As reduções no peso corporal foram significativamente maiores para todos os grupos de liraglutida em comparação com o placebo (ETD (IC 95%) =1,8 mg: -4,9 kg (-5,7; -4,2), 1,2 mg: -3,6 kg (-4,3; -2,8) 0,6 mg: -2,2 kg (-2,9; -1,5)). As reduções na dose total de insulina foram significativamente maiores para liraglutida 1,8 mg e 1,2 mg comparativamente com placebo (proporções de tratamento estimadas (IC 95%)=1,8 mg: 0,92 (0,88; 0,96), 1,2 mg: 0,95 (0,91; 0,99), 0,6 mg:1,00 (0,96; 1,04)).
Foram observados significativamente mais episódios hipoglicêmicos sintomáticos (=grave ou com glicose plasmática <56mg/dL e sintomas hipoglicémicos) para liraglutida 1,8 mg e 1,2 mg do que para placebo (taxa de razão estimada (IC 95%)= 1,8 mg: 1,31 (1,07; 1,59),1,2 mg: 1,27 (1,03, 1,55), 0,6 mg: 1,17 (0,97; 1,43)). Não houve diferenças significativas nos episódios de hipoglicemia grave (1,8 mg (45), 1,2 mg (31), 0,6 mg (40), placebo (57)). Observaram-se significativamente mais episódios de hiperglicemia com cetose >1,5 mmol/L para 1,8 mg (77) do que para placebo (37), mas não para 1,2 mg (44) ou 0,6 mg (54). Houve 8 episódios de cetoacidose diabética para a dose de 1,8 mg, (3), 1,2 mg (1), 0,6 mg (4), placebo (0)). Os eventos adversos mais frequentemente relatados com liraglutide foram náuseas e vômitos.
Conclusão:
Liraglutide 1,8 mg e 1,2 mg, como adjuvante à insulina, levou a maiores reduções na HbA 1c, peso corporal e dose total de insulina em comparação com placebo, mas as taxas mais elevadas de hipoglicemia sintomática parecem limitar a utilidade clínica para a ampla população estudada neste estudo.