Em 2018, até agora, foram 5.566. O custo é alto: R$ 14,7 milhões, no ano passado e R$ 6,5 milhões, neste ano.
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postado em 04/08/2018Falta de informação sobre a doença prejudica o tratamento da enfermidade, que tem vários efeitos colaterais
O eletricista Fabiano Luder, 42 anos, morador de Curitiba, foi diagnosticado há oito anos com diabetes tipo 2. Ele percebeu a doença quando começou a perder peso rapidamente e a urinar com frequência. Também foi diagnosticado com polineuropatia (falta de força nos membros), osteomielite (infecção nos ossos) e retinoplastia diabética com hemorragia nos olhos. Em novembro de 2014, ele teve uma ferida no pé esquerdo, devido à doença, seguida de inflamação e infecção generalizada, que resultaram em quatro cirurgias de amputação de dedos e metade do pé. Na última, em janeiro de 2018 ele amputou do joelho para baixo.
Afastado do trabalho há quatro anos, ele aguarda uma prótese na fila do INSS e terá que esperar, no mínimo, dois a três anos. Segundo ele, se tivesse acesso a mais informações sobre a doença, poderia ter cuidado mais cedo “Ando de muletas e dependo de familiares para me locomover. Na época, apesar de obeso, nunca tinha me preocupado com isso. Acredito que boa parte foi falta de informação. Se eu tivesse prestado atenção mais cedo, não teria passado por tudo que passei. Foi traumático.”
Em 2017, no Brasil foram feitas 12.748 amputações, ante 11.580 em 2016. Em 2018, até agora, foram 5.566. O custo é alto: R$ 14,7 milhões, no ano passado e R$ 6,5 milhões, neste ano.
O assessor de Gestão Interinstitucional da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) Eliud Garcia afirma que o diabetes é a maior causa de amputação dos membros inferiores, a maior causa de cegueira e a segunda maior causa de insuficiência renal no mundo.
“A atuação precoce e multidisciplinar é a melhor forma de prevenção. O diabetes não acompanhado leva à perda da sensibilidade protetora dos pés. A neuropatia diabética atinge de forma isolada 60% dos pacientes diabéticos com mais de sete anos de evolução. Com um programa de prevenção podemos evitar até 80% das complicações mutilantes”, ressaltou.
Diante da importância do assunto, o Correio Braziliense, em parceria com o movimento Para Sobreviver, promove o debate Acesso e avanços nos tratamentos do diabetes, na próxima terça-feira, 7, no auditório do jornal. Serão abordados temas como novos fármacos, pesquisas e tratamentos. As inscrições, gratuitas, podem ser feitas até a véspera pelo site correiobraziliense.com.br/correiodebate. As vagas são limitadas.
O debate será aberto pelo Ministro da Saúde, Gilberto Occhi. Participarão a presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Hermelinda Pedrosa; o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Oscar Pereira Dutra; o diretor do Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde (DGITS), Artur Felipe Siqueira de Brito; o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Marco Antônio de Araújo Fireman; o professor-doutor em Medicina Molecular Túlio César Lins; e o presidente da Associação Nacional de Atenção ao Diabetes, Fadlo Fraige Filho.